Provérbios 31:5
para que eles não bebam e se esqueçam da lei, e pervertam o juízo de quaisquer dos aflitos.
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Álcool, ao deprimir o sistema nervoso central, debilita o julgamento humano. Os que ocupam cargos de autoridade precisam usá-lo com muita prudência. Enquanto que o efeito de relaxamento é excelente para homens que estão com dor física ou emocional (Pv 31:6-7), é perigoso para reis, príncipes, ou outros governantes que precisam ter um controle absoluto dos seus pensamentos e palavras para proteger os outros (Pv 31:4-5). A mãe do rei Lemuel o advertiu a respeito do uso do vinho e da bebida forte em seu cargo de governante (Pv 31:1).
A outra metade do nosso provérbio de hoje, diz: “Não é próprio dos reis, ó Lemuel, não é próprio dos reis beber vinho, nem dos príncipes desejar bebida forte” (Pv 31:4). A mãe de Lemuel avisou que os deveres dos altos cargos limitavam o uso do vinho e da bebida forte, mesmo que sendo liberalmente permitidos a outros (Pv 31:6-7). Reis e príncipes devem aplicar consistente e equitativamente as leis e efetuar julgamentos justos e retos. Vinho demais poderia facilmente interferir nesses deveres.
O vinho pode alterar a concepção, controle, julgamento e sobriedade. Salomão falou dos seus efeitos pecaminosos para a vista, coração e a maneira de falar (Pv 23:33). Noé ficou nu quando estava embriagado (Gn 9:21). Ló cometeu incesto com suas filhas enquanto estava embriagado (Gn 19:30-38). Nabal poderia ter sido mais educado com Davi se não tivesse tomado vinho (ISm 25:36). Homens tem feito uso do mesmo para cometer estupro (Hc 2:15). Davi o usou para corromper seu amigo Urias para que dormisse com a mulher (IISm 11:6-13).
Este efeito é conhecido como estar sob a influência do álcool. O álcool interfere na avalição de motoristas, causando muitos acidentes fatais e, por isso, o dirigir em condições de embriaguez é punido. Qualquer um que precisa tomar decisões rápidas e inteligentes, seja um patrão, um juiz, ou um piloto, é rigidamente advertido contra o uso do álcool enquanto trabalha. Muitas crianças têm sofrido pelos pais imprudentes, que fizeram decisões terríveis enquanto estavam sob a influência do álcool.
Um homem que exerce um cargo de autoridade precisa usar todas as suas faculdades, coração e alma para efetuar avaliações justas e evitar julgar apenas pelas aparências (Êx 18:21; IICr 19:5-10; Jo 7:24). Governantes foram ordenados por Deus para punirem malfeitores e recompensarem o bom comportamento (Rm 13:1-4; IPe 2:13-14) Mas esta sublime e honrável intenção será destruída se o governante está intoxicado e, por isso, irritadiço, cego, confuso, distraído, emotivo, apressado, impulsivo, ou parcial.
Mas a regra é limitada. A Bíblia esconde a verdade dos tolos, dos orgulhosos e dos que se auto justificam; ela revela a verdade aos diligentes, humildes e sábios (Mt 11:25-26; IIPe 3:16). Homens chamados por Deus devem lê-la de maneira perspicaz, entendendo o significado dela e fazendo com que os outros a entendam, também (Ne 8:8; Ml 2:7). Ao desvendar corretamente as escrituras o homem de Deus declara a verdade pura das palavras de Deus (Pv 22:17-21; Sl 119:18; IITm 2:15; 3:16-17). Ao dar uma interpretação não estará corrompendo as Suas palavras: é explicar o sentido correto de forma a evitar erros de qualquer parte.
Reis e outros governantes podem beber vinho, mas precisam ser muito prudentes a este respeito. Como podemos saber disso? Comparando uma parte das escrituras com outras (ICo 2:13). Melquisedeque, Rei de Jerusalém, bebeu vinho (Gn 14:18-20). E o seu antítipo, o Senhor Jesus, bebeu vinho com tal frequência que Ele era chamado de beberrão (Lc 7:33-34). As palavras de abstinência dos provérbios confundiam os fariseus, que pensavam que eram mais justo do que aqueles que desfrutavam das misericórdias de Deus.
Considere a hierarquia do dever do Espírito. Os membros da igreja podem beber, mas não se embriagarem (Ef 5:18). Diáconos e mulheres idosas não podem ser dependentes ou beberrões vorazes de muito vinho (Tt 3:8; 2:3). Mas um bispo ou pastor, o dirigente principal e o professor, não podem ser viciados ou vorazes com o vinho, em geral (ITm 3:3; Tt 1:7). No Velho Testamento, os sacerdotes nunca bebiam quando estavam dirigindo a adoração (Lv 10:8-11), apesar de beberem quando não estavam exercendo suas funções (Nm 18:12).
O Senhor Jesus Cristo é o perfeito Rei! Mesmo apreciando o vinho como uma dádiva de Deus (Sl 104:14-15; Lc 7:33-34; Jo 2:1-11), Ele nunca comprometeu a justiça, a misericórdia ou a verdade (Jo 7:46; 8:29; Hb 1:9; 7:26). Se você ocupa uma posição de autoridade ou de liderança, certifique-se de que está restringindo o uso do vinho e da bebida forte, de forma a não perverter a sua posição privilegiada. Permita que o Rei do céu seja seu santo exemplo e guia.