Provérbios 22:28
Não removas os limites antigos que teus pais estabeleceram.
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Temos aqui um provérbio curioso com um aviso solene – nunca abra a mão de sua integridade em quaisquer negócios, especialmente aqueles que se apresentam de uma forma sutil, que defraudaria outra pessoa de seus bens. A lição é tirada de um antigo costume de deixarem marcos de balizamento para distinguir as linhas e os limites das propriedades. E o Pregador também condenou a esse ato em: (Pv 23:10).
Em campos abertos onde as linhas da propriedade se encontram, o costume exigia a abertura de uma pequena vala, uma pedra erguida, um monte de pedras, ou qualquer outro marcador semi-permanente para identificar os limites dos campos adjacentes. Esses marcadores seriam usados para identificarem propriedades, avaliação de uma herança, povoamento de extensa propriedade e assim por diante. Homens profanos podiam facilmente moverem tais marcadores durante a noite de forma a aumentar incrementalmente a propriedade deles, roubando daquelas dos seus vizinhos.
Considere um pequeno campo quadrado de apenas 40 hectares, o qual é dividido igualmente entre quatro pequenos proprietários em campos quadrados menores de 10 hectares. Se apenas um desses proprietários for filho de Belial e move os marcadores apenas dez pés (3,0m aprox.) ele aumentará a sua propriedade para mais de 1/4 de uma hectare, roubando sutilmente através da invasão de todos os três outros proprietários. Nenhum olho de um homem natural poderia discernir tal movimento, a apenas uma mensuração cuidadosa poderia prová-la.
A sua propriedade não pode ser facilmente tirada de você. É bem provável que marcadores de ferro tenham sido enterrados na propriedade para marcar as divisas das propriedades, e foram vistoriados em levantamentos topográficos e registrados cuidadosamente em mapas nas suas respectivas prefeituras e cartórios. Mas este não era o caso em Israel antigamente, portanto, você deve apreciar o cuidado que tinham com esses marcadores determinados pela lei de Deus e pela sabedoria de Salomão.
Deus deu propriedade a homens, e Ele as protegia. Aqui está uma das grandes leis da sabedoria de Deus em governar um povo. O mandamento “Não furtarás”, protege a propriedade de outras pessoas e inclui a advertência de Provérbios. Na realidade, o Senhor condenou até mesmo o desejar de propriedade alheia com o Seu mandamento, “Não cobiçarás”.
A Lei de Moisés afirmava claramente o objetivo e a proteção dos marcos (Dt 19:14), e uma maldição foi passada numa adoração pública contra qualquer um que interferisse com elas (Dt 27:17). Jó listou esta interferência como sendo um crime hediondo dos maus (Jó 24:2), E o Senhor comparou os maus príncipes de Judá como aqueles que se disporiam a mudar os marcos (Os 5:10).
Você já se deparou anteriormente com o conselho do homem sábio a respeito da fraude nos negócios, pois certamente é uma tentação da vida (Pv 11:1; 16:11; 20:10,23). O amor do dinheiro é a raiz de todos os males, e a cobiça leva os homens a comprometerem as tratativas dos seus negócios de forma a roubar os bens dos outros (ITm 6:10; Êx 18:21; ISm 8:3; Mq 2:2). Homens santos são sábios ao aprenderem o contentamento, de tal forma, que não sejam tentados ao comprometimento nas tratativas dos seus negócios (ITm 6:6-9).
Agora, caro leitor, você pode simplesmente sorrir quanto à prática curiosa do passado relacionado com os bens de raízes, ou você deve buscar a sabedoria de Deus nestas palavras? Você deve procurar aprender: o fornecimento de coisas honestas é também uma regra do Novo Testamento (Rm 12:17; IICo 8:21; IPe 3:16).
O objetivo principal da lição é o de rejeitar qualquer fraude secreta ou a intrusão na propriedade dos outros, mesmo que você não tenha usado a força. Pois mesmo que os homens não tenham visto as suas ações, Deus as vê; e você está violando o justo direito de seus pares humanos.
Se você consegue enxergar a extensão da lição, ela condena as transações sem termos estabelecidos. Antes de entrar num negócio ou num compromisso, os detalhes das condições devem ser definidos, para que nenhum dos partidos sofra perda injusta nem deem causa a disputas futuras.
Ela condena a alteração de pactos ou de compromissos, seja ela escrita ou oral, em que um terceiro sofra perdas. Você deve cumprir os acordos e providenciar coisas honestas à vista de todos os homens. Se você deu a sua palavra, você deve exceder às expectativas dos outros.
Ela condena todos os atos fraudulentos, falsificações, ocultações, alterações, ou comprometimento nas transações comerciais. Todo proprietário de negócios conhece os atalhos que podem aumentar os seus lucros à custa do cliente. Entretanto, tais atalhos nunca devem ocorrer em um coração santificado.
Ela condena as disputas tolas e desnecessárias com vizinhos que poderiam ser evitadas se mantidas as melhores comunicações. É melhor ser defraudado do que brigar, especialmente quando a causa pode ser rastreada à sua negligência ou inatividade.
Ela condena a quebra dos costumes estabelecidos, mesmo que não estejam escritas. Aquele que se desculpa porque não constava do contrato escrito, não é um homem santo, se o resultado era esperado. Homens nobres também não citam a Constituição ou outras relíquias do passado como base para as suas ações; homens de princípio preenchem as expectativas da sociedade no exercício de suas transações, independente de qualquer provisão ou idéia obsoleta, que pudesse desculpá-los. Eles sabem que os padrões de fato, podem ser mais obrigantes que os de jure.
Se você assumiu o nome de Cristo, caro leitor, a sua conduta em todas as transações e negociações econômicas com terceiros devem ser completamente honestas e abertas (Mt 5:16; ITs 4:11-12; ITm 6:1; Tt 2:9-10; IPe 2:12; 3:16-17). Seria melhor sofrer um prejuízo do que comprometer o direito de propriedade de terceiros ou que ofenda o grande Rei.
E quando se trata de adorar a Deus, você é obrigado a observar os marcos antigos da Escritura e da tradição apostólica (Dt 5:32; 12:32; Sl 119:128; Is 8:20; Rm 16:17-18; II Cor 11:3-4; Gl 1:6-9; IITs 2:15; 3:6; ITm 6:3-5; IITm 3:1-5; 3:16-17; 4:3-4; Tt 3:10-11; IJo 4:1-6). Você não tem direito algum de aceitar novas doutrinas, negligenciar antigas doutrinas, inventar novas formas de adoração, modificar as formas de adoração existentes ou de abrir mão da disciplina.
Você tem que buscar os antigos caminhos e andar neles. Você já examinou com seriedade a sua igreja, pela palavra de Deus e descobriu que ela trilhava nos antigos caminhos? “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para a vossa alma; mas eles dizem: Não andaremos (Jr 6:16).
Você deve lutar com sinceridade pela fé, que uma vez foi entregue aos santos, pelos apóstolos do Senhor Jesus. “Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da comum salvação, tive por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.” (Jd 1:3).