Provérbios 29:11
Um tolo profere toda a sua mente, mas um homem sábio a guarda para depois.
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Tolos falam demais. Eles não conseguem manter as suas bocas fechadas. Qualquer pensamento pequeno, por mais fútil que seja, por quanto não tenha sido considerado, por tão inapropriado que seja, tem que sair jorrando. Mas um homem sábio fala com cuidado. Ele não fala apressado, ou sem pensar, nem expressa opiniões como sendo verdadeiras. Ele governa a sua boca para escolher palavras sábias e esperar o momento oportuno.
Um falante é um tolo. Se ele fala arrogantemente, apressadamente ou ruidosamente, ele confirmou a sua tolice ainda mais. O tolo ama o som da sua própria voz e ele acha que os outros também deviam amá-la. Ele acredita que tem sabedoria para compartilhar e ele acha que os outros são abençoados por ouvi-lo falar. Por isso ele fica com raiva quando é eventualmente isolado devido o seu modo ignorante e antipático de falar.
Salomão disse que havia tempo para tudo, inclusive “tempo de estar calado e tempo de falar” (Ec 3:7). Mas para saber o tempo certo exige discrição e prudência, dois ramos da sabedoria que o tolo jamais considerou. Desde que ele tenha ar para respirar (e ajuda de uma barriga cheia), ele vai dar vazão ao seu cérebro, que é do tamanho de um grão de ervilha, através dos seus lábios (Pv 30:22; Ec 10:12-14).
Se um tolo pudesse manter a sua boca fechada, poderiam até considerá-lo um sábio (Pv 17:27-28). Mas ele não consegue fazer isso, pois nunca na sua vida ele reteve palavras; ele não tem nem o querer nem o poder de assim fazer. Ele tem que jorrar idéias tolas na esperança de satisfazer a sua arrogância agitada, mas isso jamais acontecerá: quando ele esgota o que tem p”ra falar, ele continua falando assim mesmo (Pv 15:2).
Não há virtude nenhuma em ser “falador”. É apenas mais uma palavra para o tolo! Seria muito melhor se ele guardasse aquelas palavras dentro de si e permitisse que elas se dissolvessem na bílis de seu fígado e fossem expurgados. Seria muito melhor pedir ao Senhor para por uma guarda diante da sua boca e guardar a porta dos seus lábios (Sl 141:3). Não se manifeste!
Muitas coisas – palavras ociosas, imundícias, conversas tolas, gracejos, maledicências, fofocas e calúnias – jamais deveriam ser faladas (Pv 10:18; 11:13; 25:23; Mt 12:36; Ef 5:3-5). E as muitas palavras aumentam muito a probabilidade do pecado (Pv 10:19; Ec 5:3). Quanto dano e dor teriam sido evitados se você tivesse contido suas palavras (Pv 12:18)? Portanto, quanto menos e mais cuidadosamente escolhidas e mais demoradamente faladas, forem as suas palavras, melhor será (Tg 1:19)!
A ira do tolo já é conhecida, porque ele não consegue reter as suas palavras raivosas (Pv 12:16). Um tolo jorra bobagens mal avaliadas e, pior ainda, suas opiniões pessoais; mas o homem justo pensa bastante antes de responder qualquer coisa (Pv 12:23; 13:16; 15:28). Um tolo revela a sua tolice e vergonha ao responder uma questão antes mesmo dela ter sido totalmente exposta (Pv 18:13). Ele não consegue governar o seu espírito e assim ele prova a sim mesmo ser um fracasso e um perdedor dentre os homens (Pv 16:32; 25:28).
Homens sábios refreiam o seu falar (Pv 17:27-28). Eles pensam antes de responder (Pv 15:28). São demorados no falar (Tg 1:19). Eles escolhem cuidadosamente as palavras certas e esperam pelo momento certo para falá-las (15:23; 24:26; 25:11). Discrição e prudência são as guardiães da sabedoria – elas retém suas palavras e ações até você entender a situação claramente e podem escolher com sabedoria uma resposta piedosa (Pv 12:23; 13:16; 14:8; 16:21; 19:11; 22:3).
Homens sábios guardam suas palavras “para depois”! Depois de que? Depois que deixaram a paixão dissipar e puderem falar com prudência (Pv 19:11; Tg 1:19). Para depois de terem aplicado as escrituras à situação e terem encontrado a piedosa resposta caridosa (Sl 119:11; ICo 13:4-7). Para depois de terem considerado uma resposta com as palavras certas da verdade (Pv 15:28; 22:17-21). Para depois de terem santificado o Senhor Deus em seus corações (IPe 3:15). Para depois de terem ouvido completamente a questão e alguém tenha sinceramente pedido a opinião deles (Pv 18:13; 25:6-7).
Sansão declarou todo o seu coração e isto lhe custou muito; ele não conseguia resistir à provocação da Dalila e se abriu revelando o seu segredo (Juízes 16:17). Mas Abigail, uma linda mulher de bom entendimento, esperou pelo momento certo de dar a seu marido uma má notícia (ISm 25:36). O Senhor disse a Samuel para só responder parcialmente a Saul (ISm 16:1-3); e quando estava no tribunal, Paulo declarou apenas uma parte do seu relacionamento com os fariseus (At 23:6).
Crentes, para serem sábios e evitarem tolices, devem ser prudentes em suas condutas – verificando todas as circunstâncias em todas as direções (Ef 5:15). Suas palavras devem ser predominantemente agradáveis, só temperada com sal; e o propósito deve ser sempre para a edificação (Ef 4:29; Cl 4:6). Você consegue evitar revelar toda a sua mente hoje? Você consegue esperar até que você tenha as palavras e a oportunidade certa para dizê-las? Ó Senhor, ajude.