Provérbios 3:3

Que a misericórdia e a verdade não te abandonem; ata-as ao teu pescoço, escreve-as na tábua do teu coração;

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A misericórdia e a verdade identificam a perfeição. É maravilhoso quando se encontram (Sl 85:10). Elas conduzem ao favor e ao bom entendimento com Deus e os homens (Pv 3:4). Por negligência e pecado elas se perdem e por isso devem ser cuidadosamente guardadas e aplicadas à nossa vida. Veja os comentários de Provérbios 16:6.

Literalmente, não podemos atar a misericórdia e a verdade ao pescoço. Elas são traços características da sabedoria e do Espírito Santo e não estão sujeitas a cordão, corda ou correntes! A metáfora descreve ligações fortes com a vida externa da pessoa. Nem tampouco podemos escrevê-las na tábua do coração – é outra metáfora que descreve o comprometimento delas com as nossas afeições e memórias. Homens sábios são dedicados à misericórdia e à verdade, externa ou internamente.

Misericórdia e verdade parecem se opor, mas é a combinação delas que torna o homem perfeito. Misericórdia é aquele traço do homem nobre, amável, gracioso, perdoador e relevador, que de bom grado prefere a injúria pessoal do que lutar ou ferir alguém sob o seu poder. A verdade é o comprometimento resoluto para tudo aquilo que é honesto e correto, seja qual for o preço. Juntos elas se equilibram gloriosamente resultando numa vida amável e honesta de um verdadeiro santo.

Pais, filhos devem ser ensinados a amar a misericórdia. É seu dever ensiná-los a glória do perdão e de relevar ofensas pessoais (Pv 19:11; Mt 5:38-42). Bondade e compaixão devem ser enfatizadas. Você deveria ensinar aos pais e aos filhos a amar os seus inimigos assim como o nosso Senhor e Estevão fizeram (Pv 24:17-18; Pv 25:21-22). A rivalidade entre os irmãos criará, quase que diariamente, oportunidade para dar suas lições. A misericórdia não tolera a raiva, a inveja, o ódio, a malícia, a crítica, a calúnia injustificados, e pecados semelhantes. Ensine a suave compaixão para com todos os homens.

Pais, filhos devem ser ensinados a amar a verdade. É seu dever ensiná-los a absoluta autoridade da palavra de Deus e a glória da perfeita honestidade e integridade em todos os seus negócios. A honestidade absoluta é uma coisa maravilhosa (Pv 12:22; Pv 16:11; Pv 17:7; Rm 12:17). Mentir sob qualquer forma exige punição severa. A verdade não tolera exageros, hipocrisias, mentiras, difamações e outras falsas representações relacionadas. A verdade preserva suas promessas como realizadas.

Misericórdia e verdade são componentes essenciais da sabedoria. Elas não abandonam literalmente os homens, mas a depravação inerente que possuímos desde Adão nos leva a abandoná-las! A regra aqui estabelecida é a de amarmos e lembrarmo-nos desses dois pilares da conduta piedosa em todas as situações.

O abençoado Senhor Jesus tinha o equilíbrio perfeito da misericórdia e da verdade. Nenhum homem foi mais compassivo, mesmo a inimigos; nenhum homem era mais rigoroso com a verdade, apesar disto lhe custar a vida. Ele perdoava fácil e rapidamente, mas Ele é chamado de Fiel e Verdadeiro (Ap 19:11).