Provérbios 17:26

Também não é bom punir o justo, nem atacar os príncipes por equidade.

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A rebelião infantil é um horrível mal, arruinando o relacionamento pais-filhos, conforme declara o provérbio anterior (Pv 17:25). Mas existem dois males relacionados envolvendo o governo civil que também são horríveis. É uma paródia quando os governantes de uma nação punem os cidadãos justos e retos. E é também uma perversidade quando os cidadãos se levantam contra os seus líderes por estarem praticando corretamente seu cargo para impor justiça – equidade. Tanto os governantes quanto os governados são sujeitos a Deus.

O advérbio “também” indica uma comparação com o provérbio anterior (Pv 17:25). Assim como filhos desobedientes perturbam o lar e destroem os pais, o rompimento da autoridade civil perturba cidades e nações. O advérbio ensina sabedoria. A primeira autoridade que conhecemos em vida são os pais. Se forem injustos ou se o poder que lhes foi dado por Deus não é inculcado nos filhos, as crianças entram para a vida com valores pervertidos e rebeliões em seus corações.

Não é bom punir o justo. Quando um governo legisla ou executa leis que ferem cidadãos retos, isto não é bom. A expressão “não é bom” é uma figura de linguagem meiose, uma atenuação proposital que é claramente entendida pelo contexto e/ou da questão (Pv 16:29; 18:5; 20:23; Sl 51:17; Ez 36:31). Governantes punindo cidadãos justos é pior do que a expressão “não é justo”; é uma abominação para com o SENHOR (Pv 17:15).

O que é eqüidade? É um julgamento claro, justo e reto (Pv 1:3; 2:9; Sl 98:9; 99:4). Mas quando os governantes aplicam julgamentos equitativos, uma das partes da controvérsia tem os seus direitos reconhecidos e a outra é condenada. É uma abominação quando as pessoas sujeitos à autoridade reagem contra os seus governantes por praticarem aquilo para o qual Deus os deu autoridade. O provérbio condena duas perversões de autoridade – governantes punindo bons cidadãos, e os governados se rebelando contra os bons governantes.

Deus fez com que os governantes fossem um terror para os homens maus, não para os homens bons (Rm 13:1-6; IPe 2:13-17). Abraão recorreu a esta virtude de Deus (Gn 18:25). Governantes abusam de sua autoridade e serão punidos por Deus, quando representam um terror para os homens de bem (Pv 17:15; 24:23-26; Êx 23:7; Dt 27:25). Ele tirou a riqueza do Egito por causa da violenta opressão exercida contra os israelitas. Ele mandou cães para comerem Jezabel porque ela mandou matar a Nabote por causa do seu vinhedo. O que Ele fará com a América do Norte pelo assassinato de filhos por nascer pela conveniência de mães prostituidas?

Deus ordenou o governo civil. Isto nada teve a ver com qualquer forma de conspiração em qualquer lugar. Se você está falando ou lutando contra governantes políticos sem que tenha um mandato divino para tal fim, você está se opondo ao próprio Deus (Rm 13:1-6; IPe 2:13-17; Jó 34:16-19). O Senhor o considera uma besta bruta necessitando ser destruída (IIPe 2:10-12; Jd 1:8-10). Se você, até mesmo, se associar a tais homens, sua ruina calamitosa virá em breve (Pv 24:21-22). Tanto Jesus quanto Paulo demonstrou honra para aqueles que abusavam de sua autoridade (Mt 26:62-64; Jo 18:22-23).

Todo governador e governante precisam examinar suas leis e práticas quanto à maneira que elas afetam o justo, porque o abençoado Deus do céu não admitirá qualquer tratamento injusto contra o justo: Ele defende agressivamente os pobres, os desprotegidos e os piedosos (Ec 5:8; Sl 2:10-12; 12:5; 68:5; 82:1; 105:13-15; Is 10:15-19). Mesmo que outros tremam diante da sua presença e poder, existe um Deus no céu que não se altera de forma alguma em relação a qualquer rei! Pergunte a Senaqueribe, Belsazar, Alexandre, Hitler, Stalin ou outros!

Todo cidadão em todas as nações deve se humilhar sob a autoridade constituída por Deus. Não importa o quanto você se desgosta deles, Deus os colocou em suas posições acima de você. Você espera que os seus filhos lhe obedeçam e o honrem, mesmo quando você é um mau exemplo ou executa de forma terrível sua responsabilidade paternal; e Deus espera que você obedeça a seus príncipes, mesmo que privadamente sejam ímpios ou criam e aplicam leis que fazem pouco sentido e lhe custa alguma coisa. Deus até mesmo condena o praguejar contra um rei em seus pensamentos pessoais e particulares (Ec 10:20).

Desobediência aos pais é a característica de uma sociedade reprovada e de uma carnalidade cristã (Rm 1:30; IITm 3:2). Benjamim Spock e Jim Dobson fizeram tudo que podiam para perverter o treinamento de crianças na América do Norte, mas pais piedosos somente seguirão o inspirado manual de treinamento infantil (Sl 119:128; Is 8:20; ITm 6:3-5; 6:20-21). Os pais devem fazer cumprir vigorosamente a autoridade que Deus lhes deu, para que os seus filhos não se insurjam contra as outras esferas de autoridade nomeadas por Deus e subvertam as fundações da sociedade (Pv 22:15; 29:15; Sl 82:1-8).

Não existe autoridade perfeita entre os homens. Mas até mesmo a autoridade imperfeita, nas cinco esferas que Deus ordenou, pode conduzir a lares, casamentos, negócios, igreja e nações felizes e prósperas. A única autoridade perfeita é o Senhor Jesus Cristo. Ele é o único e abençoado Potentado, Rei dos reis, e Senhor dos senhores. Ele virá em breve para destruir com fogo ardente todos os que se rebelaram contra Ele (IITs 1:7-11; ITm 6:13-16).