Provérbios 12:10

O homem justo se importa com a vida de seu animal, mas as ternas misericórdias dos perversos são cruéis.

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O homem bom é misericordioso; ele é afável e bom; ele é governado pela piedade e compaixão; ele não consegue ser mau ou duro. Mas os ímpios são cruéis. Até a bondade deles é agressiva, pois lhes faltam a ternura e o espírito afável do justo, que se preocupa até pelos animais. Eles não conseguem ser bons e misericordiosos; eles são como o mestre deles, um assassino desde o começo.

Este provérbio não é para o PETA (“People for the Ethical Treatment of Animals” = Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais – uma organização não governamental que se dedica aos direitos dos animais). A lição não diz respeito aos cuidados dos animais, mas à ilustração de compaixão. Enquanto que o Senhor ordenou o tratamento bondoso com os animais, desde o boi que trabalha ao passarinho no ninho (Dt 25:4; 22:6-7), Ele também deu ao homem domínio sobre eles para trabalharem para ele, usar as suas peles, sacrificá-los e comê-los (Gn 1:26-28; 3:21; 4:4; 9:1-4). O homem até hoje pode caçar honradamente, mas a tortura imatura de insetos ou animais é profana.

Quando garoto, este escritor viu muitos cavalos e charretes dos Amish (seita protestante que se estabeleceu nos Estados Unidos e Canadá durante o século XVIII) no noroeste do estado da Pennsylvania. Alguns cavalos eram bem tratados e alimentados; outros eram subnutridos e negligenciados. Em dias quentes, alguns andavam junto com os seus cavalos nas ladeiras mais íngremes e longas; outros açoitavam os seus cavalos para fazer com que andassem, ignorando a temperatura, o aclive ou a velocidade. Estes geralmente eram os cavalos mais mal tratados!

A lição é esta: Homens justos são afetuosos, mansos, compassivos, e misericordiosos; mas os maus são duros, grossos, desconsiderados e cruéis. O homem justo produzirá fruto do Espírito, que inclui um coração meigo e suave (Gl 5:22-23; Ef 4:32; Tg 3:17).

Caro leitor, você é compassivo à vista de Deus e dos homens? É aqui que mostramos o caráter de nosso Pai, Quem envia, até sobre os Seus inimigos, a luz do sol que aquece e a chuva que nutre (Mt 5:43-48). Mesmo sendo grande e terrível em juízo, o SENHOR é um Deus cheio de compaixão e ternas misericórdias (Sl 36:7; 103:4; 145:9; Lm 3:22). Sua ordenança a respeito do sábado inclui o descanso para os animais que trabalham (Êx 23:12; Dt 5:14). Quão misericordioso!

Um homem justo é misericordioso consigo mesmo (Pv 11:17), Com seus animais (Gn 24:19,32; 33:13-14), com sua mulher (IPe 3:7; Cl 3:19) com seus filhos (Sl 103:13; Cl 3:21), e com os seus inimigos (Sl 35:11-16). Ele não os afligirá, punirá ou perturbará (Lm 3:32-33; Gl 6:10). Ele prefere mimar com bondade a si mesmo e aos seus animais, esposa, filhos e inimigos.

Mas os iníquos são perversos; suas tenras misericórdias são cruéis e grossas. Eles perturbam a sua própria alma (Pv 11:17) e negligenciam a sua própria carne e sangue (ITm 5:8). Balaão açoitou cruelmente a sua jumenta; (Nm 22:22-32) a terna misericórdia de Judá para com José tinha como objetivo vendê-lo (Gn 37:26-28). Adoni-Bezeque mantinha setenta reis sem os dedos polegares das mãos e dos pés sob a sua mesa (Jz 1:7). Naás aceitou uma rendição condicionando o arrancarem o olho direito (ISm 11:1-2). Joabe assassinou Abner e Absalão a sangue frio (IISm 3:30; IISm 18:5, 14-15). Roboão tratou com desdém a sua própria nação que estava disposta a lhe servir (IICr 10:1-19). Jezabel assassinou Nabote por causa de um vinhedo (IRs 21:1-16). Pilatos ofereceu punir o nosso inocente Senhor antes de deixá-lo ir (Lc 23:13-16). Os romanos quebravam as pernas para terminar a crucificação (Jo 19:31-32)!

O justo Jó, carinhosamente, cuidava dos seus servos e dos pobres (Jó 31:13-22), mas a sua mulher o apunhalou na sua hora de necessidade mais escura (Jó 2:9). Davi misericordiosamente poupou a vida de Saul (ISm 24:1-22), mas a sua filha Mical desprezou a Davi pela sua mais pura adoração de Deus (IISm 6:20-23). José, misericordiosamente, protegeu Maria, mesmo tendo sido terrivelmente ferido (Mt 1:19), mas Judá esqueceu da sua promessa à solitária e necessitada Tamar (Gn 38:11-26)

O homem ímpio tratará sua mulher com grosseria, trabalhará horas demais, gritará com seus filhos, se hospedará em hotéis baratos durante suas férias, se esquecerá de alimentar os peixes, difamará os seus inimigos, considerará que romance é coisa de mulher, negligencia o treinamento dos seus filhos, espera que a família aprecie as suas preferências pessoais, critica a sua mulher para os outros, não leva a sua mãe para comer fora, repete histórias sobre um colega de trabalho, trata as suas filhas como se fossem filhos, ou se fecha e evita falar com a família.

Uma mulher iníqua pensará que é igual ao seu marido, fofocará a respeito dos seus vizinhos, criticará a sua sogra, defraudará o seu marido do sexo diário, superprotegerá os seus filhos das atividades de menino, se afligirá sobre milhões de coisas a serem feitas, implicará ao invés de punir as crianças, corrige o seu marido com frequência, se preocupa demais com detalhes ou encomenda uma pizza vegetariana.

Que todo masoquista melancólico e introvertido leia as seguintes palavras: “O homem benigno faz bem à sua própria alma, mas o cruel perturba a sua própria carne.” (Pv 11:17). Suas autoconsiderações e pensamentos negativos são errados e destrutivos. Eles destroem você e aqueles à sua volta pela sua rabugice, introspecção, má atitude, visão crítica e palavras agressivas.

Quão misericordioso é um “homem silencioso” que se fecha? O “líder forte” que grita com frequência em casa? O “homem atencioso” que lembra as ofensas e abriga amargura? O “homem engraçado” que ri o tempo todo e só pensa a respeito de si mesmo? O “homem zeloso” que não pode perdoar rapidamente e completamente? Essas pessoas não são nada misericordiosas.

Comprometimento dos padrões de Deus não é misericórdia (IRs 20:31-34). Eles incluem a misericórdia infinita e nós não temos a sabedoria ou o direito de modificá-los. A misericórdia compromete os nossos padrões, as nossas opiniões, os nossos sentimentos, os nossos hábitos e a nossa conveniência para com os outros.

Nós receberemos a misericórdia e a compaixão que damos, por isso é importante que mostremos bondade e mansidão para com os outros e com nós mesmos (Tg 2:13). Palavras carinhosas não são suficientes: Nós precisamos de entranháveis compaixões (Cl 3:12-13; I John 3:17) e suas ações (Tg 2:16).

O nosso abençoado Senhor mostrou as suas ternas misericórdias desde uma multidão faminta até uma viúva enlutada, de um leproso intocável até uma Maria Madalena desesperada (Mc 8:1-2; Lc 7:11-15; Mc 1:40-44; Jo 20:11-18). E ele é compassivo e misericordioso com você todos os dias, caro leitor. Sendo filhos do Rei, vamos praticar a terna misericórdia para com todos, assim como faz o nosso gracioso Rei. Vamos mostrar a graça Dele em nossas vidas, refletindo-a para os outros.